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terça-feira, 24 de outubro de 2017

Queremos Deus ou entretenimento ?

                    

   Queremos Deus ou entretenimento  ?
 
A consolação é o recurso mais rápido daqueles que estão aflitos, mas......este tipo de consolação é uma ilusão.
Simone Weil 

Talvez mostre que o que realmente queremos quando estamos desesperados não é um Deus, mas sim entretenimento.

A nossa própria cultura baseia-se menos na idolatria, embora absolutizemos muitas coisas disparatadas e criemos a celebridade como uma alternativa à santidade.

Baseia-se mais em entreter-nos continuamente com qualquer coisa que nos estimule, excite ou distraia.


Ficamos a pé até tarde devorando entretenimento.
 

Não conseguimos fazer uma curta viagem de comboio sem ver um filme ou tomar um lanchinho. 

E, é claro, alimentamos as crianças com uma dieta de distracção animada, distribuída por vários aparelhos electrónicos.

 

Isso é compreensível e também desculpável.
A sabedoria necessária para a sobrevivência consiste em que temos que perdoar a nós mesmos as nossas coisas estúpidas.
 


Simone Weil dizia que a consolação é o único recurso daqueles que estão aflitos. 
E perder o norte, sentir-se abandonado, ter perdido os nossos bons líderes e sentir que até Deus nos abandonou é estar profundamente aflito.
O único problema é que este tipo de consolação é uma ilusão e a ilusão devora as próprias fundações do nosso sentido do “eu”.


Ao tentar escapar à escuridão, ela abre-nos o abismo.
Conduz-nos à desordem da psique e ao caos na comunidade. 


Muitas vezes, de tempos a tempos, todos nós sentimos a fidelidade como aborrecida.

Se não formos encorajados e inspirados por algum tipo de fonte autêntica, estes momentos de fraqueza levam-nos a desejar a variedade só por si.

Ficamos impacientes.
Perdemos a esperança de que a fidelidade ao caminho que estamos a seguir venha a produzir a riqueza e a delícia que, noutras alturas, acreditamos irá conseguir.
Esta fraqueza na natureza humana é também uma fonte de força.


Mas é um defeito de concepção em que tudo o que fazemos que requer paciência, fidelidade e compromisso, desde dizer o mantra até ao casamento, desde levar um projecto à sua conclusão até esperar que Moisés desça da montanha e regresse.  

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